Por Ana Maria Alfonso-Goldfarb e Márcia H. M. Ferraz* Há muitas histórias anunciando a estreita passagem da alquimia para a química, entre meados dos anos 1600 e finais dos 1700. As marcas dessa estreita passagem são, em geral, colocadas entre o Químico céptico de R. Boyle, que teria dado inicio à química moderna em 1661, e o “gran finale” de A. Lavoisier em seu Tratado elementar de química, em 1789. Mas, nesse pouco mais de um século, como distinguir o alquimista do químico, igualmente envolvidos pela quietude cheia de fumos do laboratório; ao pé da fornalha por dias, meses e anos? Talvez porque os dois tenham sido um só e o mesmo, existe uma história, bem menos conhecida e com duração bem mais longa, que parece contar de forma mais suave e coerente como se deu essa passagem. A busca por poções era uma das atividades dos alquimistas Longe de algo sensacional como a descoberta do oxigênio ou o elixir da longa vida, o ponto alto dessa história hoje pode parecer insignifica...